♥ Gosta de poema?

Ainda não conheci alguém que não goste. Poemas traduzem muito em poucas palavras, possuem profundidade nas colocações, cada frase é pensada de forma que fique bonita ao mesmo tempo que dê o sentido, ou os sentidos desejados. Hoje trago a vocês um dos meus poemas, não porque os acho ótimos ou impressionantes, mas porque falam um pouco de mim, e geralmente quando falo um pouco de mim falo um pouco de alguém, por vezes é você, que está lendo. Vai aí um daqueles que fazem parte do processo de crescimento. Se bem que todos fazem, falamos daquilo que sabemos ou pensamos saber, sabemos aquilo que aprendemos ou tentamos aprender, e aprendemos sempre. 

Desde que me chama de moça


Não me lembro quando foi a primeira vez
Tenho recordação de um menino, criança
Foi algum pedido, ou algo oferecido
Uma pergunta qualquer: “alguma coisa, moça?”

“Há!” Que estranho…
Eu havia crescido e nem sabia
Arrazoei comigo mesma
“Hm, é, pra ele pode ser”
Mas aos adultos, ainda criança

Apesar dos pedreiros assobiarem
E aí, princesa?! “Ignorar…”
Nada mais significativo que duas tranças
“Se liguem! Ainda sou uma menina”
É claro que em pensamento
Talvez a afeição revelasse
“Não mexam comigo, babacas!”

Anos passandos, e aí?
Aí que já era aceitável um “nosssssa”
Quem sabe até necessário
Era menina crescida e já sabia

Alguém me disse, não me lembro quem
Que se ela sair pelas ruas desse país
E nenhum, mas nenhunzinho entortar o pescoço
Ou a quiser, ou a paquerar
Minha filha, vá se cuidar
Recebeu o desprezo dos pedreiros

Não valia muito mesmo
Padrão de beleza avaliado por… 
Poupe-se.

Os caras se tornaram solícitos e bem educados
Na mocidade parece fácil encontrar isso
Ou ao menos a aparência do que esboçam
Perde-se a essência e a cortesia não é genuína
Se o interesse não para em ajudar. Por ajudar.

Então quer dizer que já era moça e nem sabia?
“Isso, pois é, e ainda sou”, ser moça é legal
Mas não o que muitos esperam dela

Que estude humanas (desumanamente) 
Que se sente de saia mesmo com calça
Que se cale mediante cantadas
E aceite olhares nojentos, de aliança
Que seja “linda”, enfraquecida
Que se molde ao “ideal”
E perca tempo de ser útil assim
Viva preocupada com o que não importa

Como moça, rejeito imposições absurdas
Descobri por forças mais fortes
Que mais é preciso ser gente praticamente 
De maneira prática pensar, ser, falar

E sobre as duas trancinhas 
Estou usando agora
A moça cresce aqui dentro
Só pra fora não vigora






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